28 de abril de 2014

Uma pequena história perdida nos arquivos de minha mente



Princesa jovem, cheia de vida, pele macia, ilíaco á mostra. Em outro momento, em outra vida minha amada Isabel. Sentado relaxado, o corpo solto, as pernas estendidas e abertas, quase caindo da poltrona, eu não percebi quando ela, tão jovem e bonita, silenciosamente pulou sobre mim. Ela encaixou seu corpo esbelto e quente sobre o meu entrelaçando suas  pernas nas minhas. Comprimindo e movendo seu corpo ativou meu centro de prazer tão rapidamente que a razão sumiu perdida no ar e esquecendo  da minha condição só vi a imagem de uma mulher doce e ardente, companheira de outra vida perdida no tempo e no espaço. Envolvi seu corpo com meus braços e encostei meus lábios nos dela. O cheiro doce do seu corpo florido invadiu a minha mente e o brilho de seus olhos pareciam dizer "me ama".  Então, neste dia, ignorando a razão, eu a fiz "mulher" ...

4 de abril de 2014

De tudo fica um pouco



Hoje mais do que ontem sua imagem me vem à mente e a lembrança dos dias e meses que se sucederam sem ela esmaga e corrói o meu coração ao descobrir o verdadeiro motivo de sua partida para os braços de Deus. Fiquei ainda mais triste, mais fechado e tudo que esta à minha volta sente os efeitos do meu sofrimento. Não consigo separar meu sofrimento da amizade, do carinho e dos sentimentos das pessoas que eu gosto, por isso acabo as magoando.
 Não consigo compreender como é que puderam fazer isso com ela, sendo tão frágil e tão jovem. Fiquei descrente de tudo que acreditava e agora que sei a verdade, o pouco que restou em mim,quando ela partiu, apagou-se. Talvez se eu tivesse a compreensão daqueles a quem amo tudo poderia ser mais fácil.
Por noites e noites, da janela do meu quarto, na madrugada, olho para as estrelas brilhando no céu e o perfume da noite invadindo meu ser eu vejo, como numa tela de cinema, todos os nossos sonhos e desejos do passado, mas que ao amanhecer, quando os primeiros raios de luz surgem no horizonte, se desfazem um a um e eu me perco na claridade do dia.
Já passaram seis anos desde o dia que o meu maior sonho se perdeu na onda mortífera do que se pode dizer: um dia de setembro. Ainda posso recordar com precisão o primeiro dia que a conheci. Vinha ela, caminhando em minha direção, muito bonita com uma das mãos no bolso da calça e um lindo sorriso nos lábios. Apaixonei-me à primeira vista pelo seu sorriso, seu jeito de criança, seus cabelos e pele dourados brilhando ao sol e finalmente sua voz suave. Pouca coisa dissemos, pois nossos olhares disseram tudo. Apesar de muito jovens apenas seis meses foi preciso para o nosso amor ficar sério e pela nossa felicidade ficamos noivos. Seguiram-se momentos de alegria e felicidade.
Hoje é tão agradável fechar os olhos e, ao som de uma música suave, recordar todos aqueles momentos felizes que passei com ela. Mas quando a música acaba tudo fica triste como a felicidade que acabou.
Naquele dia de setembro recebi a notícia que minha alma gêmea havia partido para sempre. Na última vez que nos encontramos não houve adeus, pois tornaríamos a nos ver. Para mim foi como se o mundo houvesse acabado. Meu corpo ainda está vivo, mas minha alma morreu com ela.
Disseram que foi atropelada, mas meses depois descobri que na verdade ela tinha sido violentada e espancada até a morte. Meu mundo tornou-se mais triste, mais fechado. Tornei-me muito tímido e antissocial, nada mais importa. Nunca descobriram quem foi o monstro que a matou, por isso minha vida segue incompleta. Não tem ninguém nem nada que me faça ter vontade de viver. Não pretendo por fim a minha vida.  Não foi minhas mãos que me trouxe à vida nem serão elas que me fará deixá-la. Sem metas e ninguém por quem lutar, não sei o que será de mim. Só sei que jamais esquecerei, pois da alegria e da tristeza, da felicidade e do sofrimento, do sorriso e do pranto, de tudo fica um pouco.