27 de junho de 2014

Livro: O Vulto Negro



Amostra do capítulo 05


... Como os crimes aconteciam à noite, resolveu preparar uma tocaia de madrugada contanto com a ajuda de um voluntário integrante da patrulha. Manoel era seu nome.
Manoel ficou sentado em um ponto de ônibus próximo do túnel Mata Fria, vestindo roupas simples e levava escondido apenas um revólver calibre 38 preso na perna e uma faca na cintura. Rodrigo e os demais integrantes da patrulha ficaram escondidos e camuflados no mato próximo de Manoel.
O ponto de ônibus foi cuidadosamente preparado com areia espalhada pelo chão para registrar possíveis pegadas. Câmeras foram espalhadas pelo local apontando para o ponto de ônibus. Nos primeiros dias nada aconteceu. Porém no quarto dia ocorreu uma terrível batalha.
Às quatro horas da madrugada, eles ainda estavam escondidos, mas relaxados e prontos para voltarem para suas casas, pois eles estavam certos de que nada aconteceria como nos primeiros dias, quando um grito tenebroso e estridente soou no meio da mata e, ao som de galhos sendo quebrados, uma gritaria e tiros começaram a serem ouvidos por todos os lados. 
Era noite de lua cheia o que levou os homens a dispensar seus óculos de visão noturna o que agravou as consequências do ataque sofrido.
Enquanto Manuel tentava pegar sua arma, um vulto negro caiu sobre ele e fez um rasgo na carne que ia da testa até a cintura. O sangue jorrava da ferida quando um segundo rasgo aparece formando um xis vermelho sangue. Manoel cai para trás com os olhos abertos e arregalados e suas entranhas caem ao chão pelo centro do xis.
Um homem atira a esmo em direção ao vulto que acabava de derrubar Manoel e vinha ao seu encontro. Foi tão rápido como uma piscadela e sua cabeça voou longe enquanto balas ainda jorravam de sua arma e atingia um dos homens bem na cabeça.
O vulto negro parece sumir no ar e os homens num gesto de defesa ensaiada colam costas a costas esperando que um proteja o outro, mas quando o vulto reaparece dois homens caem juntos com um enorme furo esguichando sangue em ambos os peitos e eles fecham os olhos pela última vez.
Rodrigo sente um arrepio percorrer seu corpo e num gesto automático gerado pelos longos anos de experiência nas caçadas ao lado de seu pai, pula de costas no chão ao mesmo tempo em que aperta o gatilho de sua arma automática. Um grito mais parecendo um som gutural ecoa ao seu lado e um líquido quente e pegajoso espirra no rosto de Rodrigo e o pesado vulto negro choca-se com as árvores e desaparece na escuridão.
Quando ele cai de costas no chão, um galho quebrado e pontiagudo atravessa o ombro esquerdo de Rodrigo que bate a cabeça com violência no tronco de uma árvore. Antes de a escuridão tomar conta de sua mente ele ouve ao longe um urro que fez seu sangue gelar. Por uns dez segundos ele permanece imóvel e desacordado, mas repentinamente recobra os sentidos sentindo um enorme dor na cabeça e no ombro.
O silêncio na escuridão prateada da madrugada é quebrado pelos gritos dos homens que a vida ainda lhes sorria e o vento frio tocava seus corpos...

Aguardem lançamento em breve...